quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Diversidade e Identidade Gay nas Organizações

EnEO 2006

Autores:
Marcus Vinicius Soares Siqueira
Amanda Zauli-Fellows


Resumo: O estudo analisa a diversidade cultural nas organizações, e em especial a orientação
sexual, considerando a problemática referente à identidade gay e a dificuldade de se promover uma política identitária que minimize os efeitos da discriminação por orientação sexual, mesmo que mantenha, de acordo com os pós-estruturalistas, a oposição homossexual/heterossexual e a conseqüente dominação pelo mais forte. Pretende-se compreender a questão da identidade e da cultura gay, tendo sempre em vista, a melhoria das relações de trabalho nas organizações. O trabalho analisa, por fim, algumas ações que podem ser empreendidas por organizações que estejam preocupadas com o fim da discriminação por orientação sexual no espaço organizacional, valorizando sobremaneira a diversidade cultural no trabalho. Da mesma forma, o estudo analisará algumas alternativas de pesquisa que venham a colaborar na discussão e na reflexão do tema no Brasil.

Gays no Ambiente de Trabalho: uma Agenda de Pesquisa

EnANPAD 2006

Autores:
Marcus Vinicius Soares Siqueira (Programa de Pós-Graduação em Administração/Universidade de Brasília - UnB)
Renata Costa Ferreira (Programa de Pós-Graduação em Administração/Universidade de Brasília - UnB)
Amanda Zauli-Fellows (Programa de Pós-Graduação em Administração/Universidade de Brasília - UnB)


Resumo: Em um contexto no qual a diversidade passa a ser uma importante característica da força de trabalho nas organizações, a orientação sexual e a problemática da identidade gay nas organizações ainda são pouco investigadas no país. Este artigo analisa a identidade e a cultura gay, tendo em vista a melhoria das relações de trabalho nas organizações. Pretende-se compreender a problemática da discriminação por orientação sexual, assim como o processo de coming out no espaço organizacional, valorizando sobremaneira a diversidade cultural no trabalho e permitindo a existência de indivíduos que respeitem as diferenças culturais, ao menos no contexto organizacional. A pesquisa é uma contribuição de natureza bibliográfica e quantitativa. Aborda a situação do gay nas organizações e analisa as edições de janeiro de 1985 a dezembro de 2005 de nove periódicos internacionais que apresentam a temática do homossexual nas organizações. Pretende-se dessa forma contribuir no incentivo a novas pesquisas na área, a partir do levantamento do que tem sido publicado em algumas das principais revistas internacionais.

VOCÊ SABE FALAR E ESCREVER PORTUGUÊS CORRETAMENTE?

Em plena era da globalização, uma pergunta como essa pode parecer fora de contexto. No entanto, cresce o número de empresas preocupadas com a forma como os funcionários falam e escrevem a língua materna

Rui Barbosa, um dos homens mais inteligentes da história brasileira, disse certa ocasião que "falar e escrever corretamente é dever de todo cidadão". O tempo passou e a frase parece não ter servido de inspiração para um grande número de brasileiros que, além de falar mal o Português, incorpora termos estrangeiros - principalmente ingleses - na comunicação do dia a dia.
Quem não está preocupado em dominar a língua deve tomar cuidado. As empresas estão "de olho" na maneira como os funcionários escrevem e falam. E mais: nos processos de admissão descartam currículos de profissionais que mostram ter pouca intimidade com o idioma.
"As pessoas falam e escrevem mal porque não sabem ler", disse a professora Laurinda Grion à revista "Você S.A.". Autora do livro "400 Erros que os Executivos Cometem ao Falar e Redigir", publicado pela editora "Edicta", Laurinda critica as escolas que não ensinam os alunos a fazer uma leitura crítica.
A falta de hábito da leitura está associada a fatores como baixa qualidade do ensino, no qual a leitura não é incentivada; poder aquisitivo (as publicações são muito caras para a maioria das pessoas); falta de tempo em função da correria do mundo moderno. Para o jornalista Eduardo Martins, editor do jornal "O Estado de S. Paulo" e autor do "Manual de Redação e Estilo", do mesmo jornal, o problema está na qualidade do ensino superior. "As faculdades deveriam suprir as deficiências dos alunos, pois falar e escrever bem são habilidades importantes para a formação profissional", afirma.
A verdade é que dominar a língua portuguesa é muito difícil. Cheia de regras - nem sempre precisas - não há quem, por mais gabaritado, que não tenha cometido deslizes ao falar ou escrever. O próprio leitor, por exemplo, no final da leitura desta matéria (ou do próprio jornal) poderá ter deparado com erros cometidos pela redação.

Vale a pena falar Inglês?
Falar, ou escrever, termos ingleses é importante, desde que no contexto adequado. Ou seja, quando a expressão já está incorporada no universo do executivo, como marketing e benchmarking. O que não é aceitável é um discurso bilíngue, do tipo "vamos estartar a reunião".
Dominar a própria língua é uma das maiores qualidades de um profissional. Dessa forma, vale a pena substituir "deletar" por suprimir, "printar" por imprimir, e outros neologismos.


"A nível de..."

"A nível nacional estamos conseguindo cumprir as metas estabelecidas". "A nível de joelho o atleta não vai conseguir se recuperar". "A nível de produção a empresa vai muito bem".
A pérola em questão, apesar de ser uma das preferidas de ministros e figurões, não existe na língua portuguesa. A afirmação é do professor Pasquale Cipro Neto, que se notabilizou pela maneira objetiva e direta de combater erros e cacoetes e esclarecer dúvidas por meio do programa "Nossa Língua Portuguesa", da TV Cultura. "Os erros mais difíceis de combater são os perpetrados e sacramentados por pessoas influentes, que acabam servindo de modelo", observa. Seguindo as regras, deve-se usar "no âmbito nacional" em vez de "a nível nacional" e eliminar o termo para citações que não se referem a algum tipo de medição.
Outra "preciosidade", segundo Pasquale, é a frase "ele não se encontra no momento", tão comum para a maioria das secretárias. "Quem fala corretamente o idioma pode acreditar que a pessoa em questão está sofrendo de um temporário surto de desajuste emocional", ironiza o professor. "Dizer simplesmente que ele não está pode evitar esses mal-entendidos", completa.
As pérolas não são os únicos açoites na língua portuguesa. A relação compreende o emprego de pronomes, conjugação e concordância verbal, concordância de gênero e grau, redundância, palavras mal pronunciadas, crase e uso inadequado de expressões.

Alguns exemplos:
• "Não lhe entendo", "Faz tempo que não lhe vejo" - Verbos que pedem complemento direto não combinam com pronomes oblíquos. O correto é: "Não o entendi", "Faz tempo que não a vejo"
• "Se você ver ele", "Quando eu propor", "se nós determos a inflação"; O correto é: "Se você o vir", "Quando eu propuser", "Se nós detivermos a inflação"
• "Houveram muitos presentes".O verbo "haver" no sentido de existir é impessoal. Portanto: "Houve muitos presentes"
• "São meio-dia e meio".Está duas vezes errado. Meio-dia é singular, e hora é feminina. Logo: "É meio-dia e meia"
• "Há um mês atrás". O correto é "há um mês" ou "um mês atrás"
• "Prioridade número um". Prioridade já é qualidade do que está em primeiro lugar. Assim, o número um não faz sentido.


Erros levam empresas a contratar professores

Entre os vilôes que contribuem para que as pessoas cometam erros de Português está o correio eletrônico. Diariamente são enviados dezenas de e-mails para pessoas diferentes e nem sempre os prazos apertados permitem consulta aos dicionários para verificar como são grafadas as palavras "duvidosas".
No cotidiano de qualquer atividade profissional, inclusive das que trabalham diretamente com o idioma, caso da área jornalística, erros podem acontecer. O problema é que um erro grave - falado ou escrito - pode classificar seu autor, ou a empresa a que pertence, como incompetente.
Preocupadas com os erros de Português dos funcionários, muitas empresas estão contratando professores. Na lista de "alunos" estão pessoas das áreas administrativa e executiva. O que explica essa preocupação está no argumento citado pelo professor Sérgio Nogueira Duarte, autor da coleção de livros "Língua Viva", da editora Rocco. "Conheço boas companhias que perderam concorrências públicas por causa de erros de Português na proposta apresentada", relata.
O laboratório farmacêutico AstraZeneca foi mais longe. Editou cinco fascículos, batizados de "Língua de A a Z" e distribuiu aos funcionários. Produzidos especialmente pelo jornalista Eduardo Martins, a obra é resultado de uma pesquisa que detectou que os funcionários desejavam uma fonte de consulta para esclarecer dúvidas sobre Português.


Mobilização

Mobilizar as pessoas para voltar a estudar é muito difícil. As pessoas com nível superior têm receio de se expor e ser ridicularizadas pelas demais. Geralmente em função dos cargos que ocupam, são as que mais precisam fazer bom uso do idioma. Só que, por terem um diploma universitário, não querem passar a imagem de que não sabem escrever.

Regras para escrever bem
• Dedicar-se à leitura diária - Escrever bem sem ler é praticamente impossível. Recomenda-se ler autores de qualidade e um jornal por dia, uma revista por semana e um livro por mês
• Escrever, mesmo com dificuldade - Deve-se escolher uma notícia veiculada pelo rádio ou pela televisão e dar a opinião por escrito, mostrando depois para os colegas
• Consultar dicionários, livros do tipo "Tira-Dúvidas" e Manuais de Redação- Não se deve perguntar como se escreve determinadas palavras. Pode ser que as pessoas consultadas também não saibam.
• Assistir e ouvir documentários e programas jornalísticos - São ótimos para ampliar os conhecimentos gerais.


Fonte: Administrador profissional. Conselho Regional de São Paulo. São Paulo, ano xxv, n.198, dezembro de 2002.

Avaliação de Empresas de Pequeno Porte no Brasil através da Metodologia Construtivista de Apoio à Decisão MCDA-C

EnANPAD 2006

Autores:
Marcus Vinicius Andrade de Lima (Curso de Mestrado em Administração/Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL)
Leonardo Ensslin (Curso de Pós-Graduação em Administração/Universidade Federal de Santa Catarina - CPGA/UFSC)
Ana Lúcia Miranda Lopes (Curso de Mestrado em Administração/Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL)
Ademar Dutra (Curso de Mestrado em Administração/Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL)


Resumo: O Estudo Social em Tecnologia de Informação é uma corrente dentro do campo híbrido de Sistemas de Informação (SI) que procura expandir o corpus dominante das pesquisas em SI. Para tanto, tem utilizado diversas fundamentações teóricas, visando interpretar os fenômenos a partir de diferentes perspectivas, sendo uma delas a Teoria Ator-Rede (ANT - Actor- Network Theory). Este artigo tem o objetivo de apresentar uma metodologia de coleta e análise de dados, e resultados práticos de sua aplicação, no caso da adoção da perspectiva teórica da ANT em pesquisas em SI. Particularmente, pesquisas que investigam projetos de incorporação de tecnologia pelas organizações, explorando os motivos de seus sucessos e/ou fracassos. Nesses casos, trata-se de uma análise post factum; e através do próprio artefato, arquivos, documentos, memórias etc., é possível remontar a trajetória do projeto e compreender como se deu esse processo, dentro de uma abordagem sociotécnica.

Consumo entre gays: compreendendo a construção da identidade homossexual através do consumo

EnANPAD 2005

Autores:
Bill Nunes Pereira
Eduardo André Teixeira Ayrosa
Sayuri Ojima

Resumo: Um dos segmentos que mais tem se projetado no cenário brasileiro é o dos homossexuais. Apesar dessa crescente visibilidade, são quase inexistentes os estudos que procuram compreender a forma como os gays interagem com o mundo dos produtos. Este estudo tem o objetivo de observar a subcultura gay e explorar as mudanças que ocorrem nos hábitos de consumo dos gays durante o rito de passagem da “saída do armário”. Essa análise é crucial para se compreender a construção da identidade homossexual. Entrevistas em profundidade foram realizadas com dez gays residentes no Rio de Janeiro entre outubro de 2004 e Janeiro de 2005. Os resultados sugerem que: (i) os gays interagem com produtos e marcas durante a construção da identidade homossexual e (ii) os sujeitos utilizam os produtos em estratégia de negação, camuflagem e reforço dessa identidade.