quarta-feira, 6 de maio de 2009

Apresentada a programação da primeira Semana da Diversidade de Joinville

O evento acontece do dia 21 a 28 de junho

A Fundação Cultural de Joinville e duas associações de defesa dos interesses dos homossexuais (a Grupo Vida e a Associação Arco-íris) apresentaram na manhã desta quarta-feira a programação da primeira Semana da Diversidade.

O evento, inédito na cidade, irá do dia 21 a 28 de junho. A programação foi lançada numa coletiva de imprensa no Hotel Prinz, no América. A programação da semana terá mostras de cinema, teatro, palestras e debates sobre temas importantes para o público gay.

No dia 17, no entanto, está marcado um ato público simbólico para chamar atenção ao evento. Uma bandeira com as cores do arco íris, símbolo das reivindicações pelos direitos dos homossexuais, será hasteada na rua das Palmeiras, no Centro.

O presidente da Fundação, Silvestre Ferreira, disse que a programação também busca a conscientização (e participação) da comunidade em geral.

— O papel do poder público é apoiar movimentos sociais. Fizemos uma escolha de não fugirmos à nossa responsabilidade — afirma.

A programação da semana trará temas polêmicos — entre eles, a palestra do padre católico Alfredo Souza Dórea, de Salvador (BA) e o lançamento do livro "Soldados não choram", do ex-sargento Fernando Alcântara de Figueiredo e o do escritor e jornalista Roldão Arruda.

A fundação apoiou o evento com ajuda principalmente em hospedagens e passagens dos convidados. A maior parte do dinheiro veio de pedidos de patrocínio, trabalho feito pelos membros das duas associações.

O encerramento da semana será no domingo 28, quando, a partir das 15 horas, a primeira parada gay de Joinville terá concentração em frente ao Centreventos Cau Hansen, na Beira-rio.

O dia 28 de junho é considerado, desde janeiro, o dia municipal do combate à homofobia. A lei é do ex-vereador Marco Aurélio Marcucci, mas foi sancionada pelo prefeito Carlito Merss em 2009.

PROGRAMAÇÃO

17 de maio (domingo), 14h:

(Dia Mundial de Luta Contra a Homofobia).

Ato simbólico na Rua das Palmeiras.

Início da contagem regressiva para a abertura da Semana.

Mês de junho (sextas e sábados), 20h:

Ciclo de Cinema “Diversidade”.

Sala de Cinema da Cidadela Cultural Antarctica.

21/6 (domingo), 20h:

Apresentação do espetáculo de teatro “Borboletas de Sol de Asas Magoadas”, de Evelyn Ligocki (São Paulo - SP). Encerramento da mostra “Cena 6”.

Galpão de Teatro da AJOTE - Cidadela Cultural.

22/6 (segunda), 19h:

Abertura da exposição “Combate à Homofobia - Uma Luta Universal”, com reproduções de cartazes de campanhas do movimento LGBT mundial.

Foyer do Teatro Juarez Machado.

22/6 (segunda), 20h:

Palestra “Homossexualidade e Religiões”.

Padre Alfredo Souza Dorea (Salvador, BA).

Teatro Juarez Machado.

23/6 (terça), 19h:

Lançamento do livro “Soldados Não Choram”, de Fernando Alcântara de Figueiredo e Roldão Arruda.

Foyer do Teatro Juarez Machado.

23/6 (terça), 20h:

Debate “Homossexualidade e Comportamento”.

Teatro Juarez Machado.

Debatedores:

Fernando Alcântara de Figueiredo, ex-sargento do exército (Brasília, DF);

Leo Kret, vereadora transexual (Salvador, BA);

Roldão Arruda, jornalista de “O Estado de São Paulo” e escritor (São Paulo, SP).

Mediação:

Charles Narloch, diretor executivo da Fundação Cultural de Joinville.

24/6 (quarta), 20h:

Mesa-Redonda “Movimento LGBT e Políticas Públicas”

Teatro Juarez Machado ou Câmara de Vereadores de Joinville (a confirmar).

Convidados:

Celso Monfort, presidente do Grupo Vida (Joinville, SC);

Marcelo Mendes, presidente da Associação Arco-Íris (Joinville, SC);

Maria Guilhermina Cunha Salasário, coordenadora do Movimento Catarinense de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Intersexuais - MCLGBTTI (Florianópolis - SC);

Sérgio Mamberti, presidente da Funarte, ex-secretário da diversidade do Ministério da Cultura;

Silvestre Ferreira, diretor presidente da Fundação Cultural de Joinville;

Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT (Curitiba - PR).

25/6 (quinta), 20h:

Abertura do “Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual”.

Teatro Juarez Machado.

Exibição do longa-metragem “De Repente, Califórnia”, de Jonah Markowitz, (EUA, 2007, 97 min., doc.).

25/6 (quinta), a partir das 18h:

Festival “Mix Brasil”.

Teatro Juarez Machado.

1ª sessão, 18h:

Exibição de Curtas “Mix 2”,

2ª sessão, 20h:

Exibição de Curtas “Mix 4”,

3ª sessão, 22h:

Exibição do longa-metragem “Japan, Japan”, de Lior Shamriz, (Israel / Alemanha / EUA, 2007, 65 min., fic.).

26/6 (sexta), a partir das 18h:

Festival “Mix Brasil”.

Teatro Juarez Machado.

1ª sessão, 18h:

Exibição de Curtas “Mix 3”,

2ª sessão, 20h:

Exibição de Curtas “Mix 1”,

3ª sessão, 22h:

Exibição do documentário “Caminho das Índias”, de Tom Keegan (EUA, 2008, 70 min., doc.).

27/6 (sábado), 10h:

Mobilização pública e show de banda local Praça Nereu Ramos, centro.

28/6 (domingo), 15h:

Encerramento da Semana “Diversidade Joinville”

Parada da Diversidade LGBT

Concentração em frente ao Centreventos Cau Hansen.

Percurso: Centreventos Cau Hansen ao Mercado Público, pela Av. Beira-Rio.

Convidados: Elke Maravilha, drag-queens e delegações de outros municípios.


AN.COM.BR
Geral | 06/05/2009 | 13h49min

Fonte: ClicRBS

segunda-feira, 4 de maio de 2009

CORRIDA DA HIPOCRISIA: O FETICHE MIDIATICO DO ‘BICHO GAY’


É fascinante como nos últimos séculos o "vício grego" se espalhou pelo mundo. Agora será que ela se espalhou ou sempre existiu e começou a ter evidencia?

Os conservadores que defendem a arcaica antropologia da família patriarcal na visão da diferença homem-mulher atrelam a compreensão freudiana de disfunções sociais e a velha prerrogativa cartesiana de anormalidade na engrenagem do relógio social. E, nessa confusão de entender como tudo funciona aparece um ‘bicho’ denominado homossexual ou para os americanos como gay (alegre).

Nas últimas décadas e, por dizer séculos, a sexualidade humana foi acobertada e Michel Foucault (1984,1985) relembra fortemente esta trajetória em sua obra História da Sexualidade Volume I, II e III (ótima sugestão para leitura!). A sexualidade humana se esconde na finitude do profano e do sagrado e, os gregos há séculos descobrem a necessidade de cultivá-la como prática de si ou cuidado de si. Alimentar a razão se autoconhecendo é um dos caminhos para ser um cidadão, afirmam os gregos antigos (FOUCAULT, 1984). Mas vivenciamos uma corrida por inovações sócio-técnicas e não somente mecânicas, mas no que se refere a informações sociais.

Ativar as células sociais como lembra as teorias sistêmicas é necessário para garantir coesão, mas como se faz isso? Trazendo informações e rompendo as rotinas. Neste sentido, a mídia que busca cada vez mais entrar na corrida da hipocrisia por poder e de audiência, evidencia que os homossexuais, assim como as revoluções tecnológicas, buscam espaço no considerado público, saem do privado e lutam por direitos e, antes que o inevitável ocorra muitas emissoras de televisão ensejam em suas novelas o estereotipo do que é ser homossexual, trazem ‘trejeitos’ e o fenótipo do ser homossexual como se o existisse um ‘bicho gay’ a ser retratado.

No ‘silêncio’ midiático de senas de novela, do riso estimado sobre personagens nasce outro preconceito chamado naturalização do que se julga ‘diferente’. Crianças e adolescente não entendem o que é um homossexual, mas sabem que na novela tem um homem que fala e tem jeito de mulher. Perguntando outrora para o filho de 08 anos de uma amiga que chamava o colega de ‘bichinha’, perguntei-lhe o que é bichinha? Automaticamente ele me respondeu que o amigo parecia o rapaz da novela com jeito ‘esquisito’. É assim que se acaba com o preconceito? Tire você mesmo suas conclusões! Será necessário naturalizar maneiras de existir como se tudo e todos fossem padronizados?

Uma reflexão final far-se-á necessária! Como nasce a representação social de tudo? Será que de grandes feitos ou de simples atitudes? Na corrida da hipocrisia por audiências ou por representações sociais de inclusão não estamos nos assujeitando a mecanismos de coerção sutiis que desdenham uma inclusão para que quando a bandeira homossexual assumir seus direitos sociais haja os que poderão dizer: Nós contribuímos para a esta conquista?



Junior Vitório Romanzini, Mestrando

Universidad Politecnica e Artistica Del Paraguay

Maestria en Ciencias da Educacion

Assistente Social

Professor de sociologia e filosofia da Celer Faculdades