sábado, 9 de outubro de 2010

1ª Reunião Ordinária da Comissão da Diversidade da OAB/SC

No dia 22/10/2010 às 17h, na sede da OAB - Florianópolis/SC, na sala das câmaras, será realizada a 1ª Reunião Ordinária da Comissão da Diversidade da OAB/SC, aberta para todos aqueles que quiserem participar.



Composição dos Membros da Comissão da Diversidade
Maria Aparecida Luzzoli Ferreira - PRESIDENTE
20.412
Francisco Rangel Effting - VICE-PRESIDENTE
15.232
Ana Martina Baron Engerroff
24.236
Christian Nazareno Luz de Athayde
15.844
Dayan Daniela da Rosa Effting
18.918
Denise Vieira
21.027
Edna Hawerroth Coelho
26.069
Fábio Luis Bonifácio da Silva
28.286
Gabriela Beck Garbero
21.176
Gustavo Pescador
15.158
Isadora Vier Machado
CE
Leticia Simões de Miranda
18.886
Luiza Cristina Valente Almeida
13.391
Marcelo Cavalcante de Souza
24.934
Margarete Terezinha Leitis
25.688
Patrícia Fontanella
13.030
Rafaella Nunes Coutinho
CE
Ricardo Beggiato
20.720
Ricardo de Souza Waick
19.527
Ricardo Teodoro
15.242
Soeli Stadtlober
21.846
Wládia Carvalho de Maracaba Cavalheiros de Lima
30.524


Atribuições da Comissão da Diversidade
1 - Intensificar os debates sobre a diversidade sexual, trazendo à tona informações sobre os avanços da busca pela igualdade de todos e dos direitos da população LGBT;2 - Contemplar e divulgar as ações mais importantes da sociedade em busca do avanço da cidadania em nosso país, no que diz respeito aos direitos nas relações homoafetivas. 3 - Combater veementemente toda e qualquer forma de discriminação, fazendo garantir os direitos Constitucionais de qualquer cidadão."

Mais Informações sobre a Comissão da Diversidade
Entre em contato com a Advogada e Professora Patrícia Fontanella pelo e-mail: Patricia.Fontanella@unisul.br

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Novela "Vale Tudo" volta ao ar nesta segunda, com casal de lésbicas, príncipe gay e muito mais


O canal de TV fechado "Viva" começa a partir desta segunda-feira (4 de outubro) uma reprise revolucionária: a novela "Vale Tudo", produzida pela Rede Globo e originalmente exibida entre maio de 1988 e janeiro de 1989.

A novidade foi saudada com euforia por fãs e nostálgicos da TV brasileira. "Vale Tudo" é até hoje considerada uma das novelas mais importantes da história da dramaturgia nacional, sendo frequentemente citada em listas das melhores novelas de todos os tempos - ficando sempre em segundo lugar, perdendo o posto de primeira para "Roque Santeiro" (85/86).

Enquanto "Roque..." está sendo lançada no mercado em box com 16 DVDs pela Globo Marcas, "Vale Tudo" chega para exibição no "Viva" - canal ligado, claro, à própria Globo. Enfim, parece que as novelas antológicas realizadas nas décadas de 70 e 80 começam a tornar-se mais acessíveis aos colecionadores.

"Vale Tudo" é uma novela que, mais de 20 anos depois, continua atual - afinal, mostra um Brasil decadente, dominado por tubarões econômicos, políticos corruptos, crimes do colarinho branco, empresários calhordas e populares se dividindo entre os honestos e os oportunistas desonestos. Alguma semelhança com 2010 às portas da eleição? - ironicamente, a novela entra no ar um dia depois do domingo eleitoreiro.

Através da história da batalhadora Raquel (Regina Duarte), duelando com sua filha mau caráter Maria de Fátima (Glória Pires), os autores Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères montam um mosaico do país, com seus diversos tipos e representações.

Não faltam detalhes antológicos que entraram para o imaginário coletivo: a vilã esnobe Odete Roitman (Beatriz Segall), a alcoólatra Heleninha (Renata Sorrah), o bofe César Ribeiro e suas sungas cavadíssimas (Carlos Alberto Ricelli), o charme irresistível da editora de modas Solange Duprat (Lídia Brondi), a trilha sonora arrasadora - dominada por Cazuza: na abertura, Gal Costa canta "Brasil", composta pelo cantor em parceria com George Israel e Nilo Romero, e o próprio Cazuza canta "Faz Parte do Meu Show", tema de Solange.

E em matéria de temática gay, a novela também foi ousada: o casal de lésbicas Laís (Cristina Prochaska) e Cecília (Lala Deheizelin) foi um dos pioneiros na TV. Cecília morre na primeira fase, dando margem à discussão sobre herança e parceria civil - o irmão dela, o explorador Marco Aurélio (Reginaldo Faria) tenta impedir que Laís herde a pousada que as duas gerenciavam em Búzios. Mais tarde, entra na história Marília (Bia Seidl), para fazer par romântico com Laís.

Isso sem falar no último capítulo, que reserva uma subtrama absolutamente gay: a entrada em cena do príncipe italiano Giovanni (interpretado pelo hoje ex-líder do Clube das Mulheres, Marcos Manzanno), para um desfecho inesquecível. Quem não viu ou não tinha nascido, ou ainda não rastreou a novela no YouTube e nos sites de download da vida, não deve perder.

"Vale Tudo" será exibida à 0h45, de segunda a sexta, com reprise às 12h. Confira a seguir um dos pontos altos da novela, num show de roteiro e interpretação.





Por Lufe Steffen 1/10/2010 - 17:28
Fonte: A Capa

domingo, 3 de outubro de 2010

"Estou transformando o luto em luta", diz mãe de adolescente gay assassinado aos 14 anos



Foi realizado ontem, quarta-feira (29), no auditório da UERJ em São Gonçalo, um ato pelos três meses da morte de Alexandre Ivo, que foi torturado e estrangulado na madrugada de domingo para segunda-feira, 21 de junho. O mote era a prisão dos suspeitos, que estão respondendo em liberdade, agilidade da Justiça e criminalização da homofobia.



Momentos antes do início do ato, a reportagem foi ao encontro de Angélica Ivo, mãe do rapaz assassinado, em um terminal de ônibus da cidade de Niterói (RJ). Angélica está travando uma luta para que os suspeitos sejam presos. A mãe diz que está vivendo o seu luto, mas que agora só vai descansar enquanto ver a justiça feita. Durante o trajeto, longe daquela mãe retraída pela dor, Angélica confessa que tem momentos de angústia por conta do ocorrido.

"Hoje passei o dia inteiro pensando no depoimento do legista na primeira audiência. Fiquei pensando na dor que o Ale passou, no sofrimento que impuseram a ele... As pessoas falam que não devo pensar, mas é impossível não pensar!", desabafa Angélica. Perto do ponto de descida, uma suástica é facilmente vista. Um dos suspeitos, Alan Siqueira Freitas, 23, é simpatizante à ideia nazista.


Alexandre (V)Ivo

O relógio marcava 17h45, a reportagem já estava na cidade de São Gonçalo. A mãe de Ale (como todos se referem a Alexandre Ivo) se despediu temporariamente da equipe. "Vou pra casa tomar um banho", avisou.


Na porta da UERJ já era possível avistar um número considerável de pessoas para o ato. Assim que viram Angélica, foram logo abraçá-la e confortá-la. Dentro da universidade, Marco Duarte, primo de Angélica e de Alexandre, que está ajudando nas mobilizações em torno da tragédia, pendurava os cartazes com dizeres que pediam justiça, criminalização da homofobia e a prisão dos assassinos.

Às 19h, com o auditório lotado, cerca de 100 pessoas compareceram ao ato. A diretora da UERJ, professora Teresa, deu início as falas e disse que gostaria de ter conhecido Angélica numa outra ocasião. "Não tenho palavras, mas entendo que temos que celebrar a vida, a memória do Ale e lutar contra a homofobia", falou.

Em seguida, houve um dos momentos mais emocionantes do ato. Marco discursou e pediu para que todos fizessem barulho. "O meu primo Ale era uma pessoa do barulho, por isso, vou pedir para vocês um minuto de barulho e não de silêncio". E assim, todos fizeram o que foi pedido. Logo após gritaram em coro, três vezes seguidas: "Alexandre, Vivo!".

Posteriormente foram exibidos três vídeos. O primeiro, o mais forte de todos, exibiu imagens da infância, da juventude e da atualidade de Alexandre, neste caso, uma foto com o corpo quando encontrado pela polícia. Os dois vídeos seguintes eram homenagens feitas por amigos e pela irmã de Ale, Paula, que depois da exibição foi ao púlpito falar.

"Costumava conversar com os meus amigos e dizer que tinha nascido em época errada e que gostaria de ter nascido na época das lutas", iniciou Paula. "Que ironia, hoje estou envolvida numa luta por causa do meu irmão, que foi brutalmente assassinado", finalizou fortemente aplaudida. 

Muito emocionada, Angélica foi ao microfone. Agradeceu a presença de todos e disse que não vai desistir enquanto não ver os culpados na cadeia. "A luta está só no começo", iniciou Angélica, que ainda confessou aos presentes que está sendo difícil, mas que está transformando o seu "luto em luta".

Quem também propiciou um dos momentos mais emocionantes foi o ex-BBB Jean Wyllys, que está ao lado da família Ivo desde o começo do caso. Jean falou sobre a campanha difamatória, que sofreu durante as eleições por ser gay, e também lembrou de quando tinha a idade de Ale e dos infortúnios que enfrentou por, assim como o homenageado, não se enquadrar dentro das normas da sociedade.

"A homofobia não opera sozinha, está em todos os lugares. Se a homofobia pôs fim ao corpo de menino do Ale, não deixemos que a sua história se apague e façamos que continue vivo na memória de seus familiares e amigos", finalizou Wyllys.

No final do ato, Marco Duarte criticou algumas instituições públicas que prometeram ajuda. "Vamos mostrar para a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) e para a Secretaria de Direitos Difusos, que nos deram as costas, que não vamos ficar acoados. Vamos dar um basta nesta violência. Não vamos mudar o mundo, mas vamos conseguir resolver 1, 2, 3 casos e assim por diante".

Por fim, Angélica disse que a tarefa à frente é "árdua", mas que cada pessoa presente no ato pode levar essa luta adiante e, assim, "aumentamos o número de soldados que querem a justiça feita. Vocês podem multiplicar. Temos que mobilizar e conscientizar. Quanto casos como o do Ale acontecem todos os dias e ninguém fica sabendo?".

Além de toda a energia e revolta no ato, outro fator marcou a noite. A cidade de São Gonçalo está sendo obrigada a ver todos os dias outdoors do pastor Silas Malafaia, onde ele exorta homossexuais. O painel carrega os seguintes dizeres: "Em favor da família e preservação da espécie humana - Deus fez Macho e Fêmea". As organizaçõe locais estão estudando meios de retirar os outdoors. (Veja foto no fim da matéria)

Dois novos atos já estão marcados. O primeiro será no dia 30 de novembro, dia em que Alexandre Ivo completaria 15 anos de idade. O segundo ato será no dia 7 de dezembro, quando será realizada a segunda audiência do caso. Uma vigília na porta do Fórum de São Gonçalo está programada

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Por Marcelo Hailer 30/9/2010 - 19:12
Fonte: A Capa