quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Representantes LGBT não se entendem e propostas não avançam no Congresso


O movimento lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) está rachado em sua representação política. As principais vozes da comunidade não conseguem chegar a um acordo em relação ao encaminhamento do Projeto de Lei (PL)122, que criminaliza a homofobia. A senadora Marta Suplicy (PT-SP), relatora do projeto, vem recebendo críticas de parlamentares ligados ao movimento. Eles afirmam que a senadora não está debatendo o tema como deveria e que está tomando decisões contrárias ao que a comunidade gostaria. A emenda sugerida por Marta, que permitiria manifestações contrárias aos homossexuais dentro de templos e igrejas, foi rechaçada pelos grupos LGBT, dentro e fora do Congresso. A proposta acabou também não agradando a bancada evangélica, principal força articulada contra a aprovação do projeto.

No início desse mês, os senadores Magno Malta (PR-ES), da bancada evangélica, e Marta Suplicy se reuniram em almoço para discutir os rumos do projeto. Malta saiu da reunião afirmando que o PL 122 seria "enterrado". O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), considerado um evangélico "moderado" pela comunidade LGBT, concorda: "O PL 122, como está, não passa no Senado, por ser inconstitucional". Crivella afirma que a bancada evangélica enxerga na aprovação do projeto a criminalização da pregação da Bíblia e um sem-número de processos contra pastores e padres. A própria senadora Marta teria admitido, durante a Manifestação do Orgulho Gay, em São Paulo, que a proposta seria inviabilizada, caso não fosse modificada. "A PL 122 não passa, precisa de uma mudança profunda no conceito e no contexto".

Divergências
A posição do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), um dos representantes LGBT no Congresso, é um exemplo da falta de articulação da frente. Ele diverge da condução das discussões sobre o PL 122 pela relatora. "Fizemos uma dura crítica à falta de diálogo da Marta Suplicy", disse, referindo-se à emenda proposta pela senadora. Ele nega, no entanto, que o projeto tenha sido enterrado. Segundo Wyllys, as modificações apresentadas por parlamentares foram compiladas e serão discutidas após o recesso. O deputado afirma, ainda, que serão levadas em conta as reivindicações dos evangélicos, mas insiste na manutenção de dispositivos que não são aceitos por parlamentares religiosos, classificados por Wyllys de "fundamentalistas".

Outro ponto de desencontro do deputado com o movimento se refere à importância dada aos projetos que circulam no Congresso. Ao contrário de outras lideranças do movimento, como Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), que defendem como prioridade a criminalização da homofobia, Wyllys sustenta que o foco preferencial deve ser a aprovação do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. "Nossa luta prioritária é pela igualdade no casamento", diz Wyllys, que é o autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o casamento civil entre homossexuais.

Movimento dividido
Marcos Fernandes, presidente nacional do Diversidade Tucana, setorial LGBT do PSDB, afirma que as dificuldades para obtenção de um consenso em relação ao PL 122 existem por conta da fragmentação dos líderes da comunidade. "O movimento é muito dividido, acaba perdendo o foco", diz. Para ele, a frente religiosa sai com a vantagem de realizar reuniões frequentes nos templos para definir um discurso uníssono.

Fernandes acredita que o debate está monopolizado no Congresso por poucos parlamentares, que falam em nome do grupo, mas que, na realidade, não representam as demandas do movimento, já que não debatem, suficientemente, com a comunidade. Ele classifica de "oportunista" a atitude de alguns parlamentares que estão à frente do movimento no Congresso. "Há propósitos eleitoreiros envolvidos, é preciso debater mais profundamente o tema", diz.

Enquanto isso, a frente religiosa vem demonstrando força para barrar propostas da comunidade LGBT. Um episódio recente demonstra a unidade da bancada evangélica, que parece sobrepor a articulação religiosa às questões partidárias.

Durante a crise que derrubou Antonio Palocci da Casa Civil, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), deputado João Campos (PSDB-GO), chegou a ameaçar a presidente Dilma Rousseff com a assinatura dos parlamentares religiosos para a instalação da CPI que investigaria denúncias contra o ex-ministro, caso o governo insistisse na distribuição do kit antihomofobia, do Ministério da Educação. Isso ocorreu, inclusive, depois que o PSDB e o DEM haviam decidido pedir a instalação da CPI. Marcos Fernandes afirma que a posição do deputado causou incômodo no partido. "Ele não poderia ter dado aquela declaração", disse. (JG)




Publicação: 25/07/2011 08:58

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Psicólogo Pedrosa Responde: Sou gay e tenho um filho de 8 anos, será que ele vai ser gay?

Psicólogo Pedrosa Responde: Sou gay e tenho um filho de 8 anos, será que ele vai ser gay?
Sou gay, fui casado com mulher, e tenho um filho de 8 anos. Esta semana cheguei na casa dele, abri a porta do quarto e ele estava brincando com mais duas crianças da idade dele. Eles estavam brincando de trenzinho de calça abaixada e o meu filho estava fazendo sexo oral num dos meninos. Outro dia ele estava na sala e colocou o pênis para fora e começou a rir. Fiquei assustado. Será que ele vai ser gay? Isso é normal? Vitor (Rio de Janeiro - RJ)

A sexualidade humana possui quatro períodos bem distintos, cada um com suas particularidades, a saber: período da infância, da adolescência, da idade adulta e da velhice. O período da infância é bem particular porque caracteriza-se pela descoberta do corpo. Ao contrário dos demais períodos que é focado na penetração sexual e na busca do orgasmo, a sexualidade infantil é marcada pela curiosidade de saber como é, de sentir, de tocar e de comparar. O famoso troca-troca é a expressão da descoberta da sexualidade infantil. Portanto, o comportamento do seu filho é previsível. E os pais devem encarar com naturalidade, sem alarde ou punições.
Com relação ao evento dele ter colocado o pênis para fora da calça em público, aí cabe a você estabelecer regras. Por exemplo, falar para ele no ato: filho, você deve guardar seu pipi na calça, só no quarto ou no banheiro você deve colocar ele para fora. Assim, você estabece regra de convivência social, não reforçando este comportamento.
Você pergunta se ele vai ser gay por causa desse evento. Bem, apesar de já sabermos que nascemos com uma suscetibilidade genética para uma determinada orientação sexual: heterossexual ou homossexual , e que a orientação é disparada em torno de 5 anos de idade, ou até menos, não podemos afirmar categoricamente qual será a orientação sexual dele. Caso aumente a frequencia dele buscar sempre o sexo oral noutro garoto poderá ser um indício de uma possível orientação homossexual.
Vitor, relaxe e curta o seu filho. Não fique encanado com isso. O que aconteceu com o seu filho é muito mais comum do que podemos imaginar. Faz parte da criação do nosso repertório comportamental sexual e todos nós quando crianças, de uma forma ou de outra, tivemos a curiosidade de descobrir as sensações em nosso corpo e no corpo dos outros.

* João Batista Pedrosa é psicólogo (CRP 06/31768-3) e autor do livro "Segundo Desejo" (Iglu). Envie suas dúvidas e perguntas para pedrosa@syntony.com.br. Acesse também seu site.




Por João Batista Pedrosa* em 11/08/2011 às 12h47

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

"Ver dois bigodudos se beijar é normal?", questiona vereador Apolinário em programa de TV

"Ver dois bigodudos se beijar é normal?", questiona vereador Apolinário em programa de TV
O programa "Até Que Faz Sentido", exibido pelo canal pago Multishow e apresentado por Felipe Neto, foi até o gabinete do vereador Carlos Apolinário (DEM) para questioná-lo a respeito da criação do Dia do Orgulho Heterossexual.

Na entrevista, o vereador utiliza os mesmos argumentos que tem usado para defender a criação da data. "A lei vem para levantar o debate em relação ao excesso de leis para os gays", declara o vereador.

Em seguida, Felipe Neto pergunta ao vereador o por quê de ser tão difícil de a sociedade encarar o afeto de gays em locais públicos. "Você chegar em um bar e ver dois bigodudos se beijando é normal? Eu acho que não é normal", disse Carlos Apolinário.

Veja abaixo ao vídeo.





Por Redação em 11/08/2011 às 18h21

domingo, 14 de agosto de 2011

Série gay "Apenas Heróis" estreia sua terceira temporada

Série gay "Apenas Heróis" estreia sua terceira temporada
A série "Apenas Heróis" está chegando à sua terceira temporada. Trata-se de uma sitcom exibida online, em seu site oficial, com episódios semanais de cerca de 30 minutos de duração. A sérieestreou há quase um ano, e de lá para cá já se passaram duas temporadas.

Criada por Daniel Sena, a sitcom é inteiramente dedicada à temática LGBT. Assim, personagens gays, lésbicos, travestis, bissexuais e transgêneros surgem em ação, assim como homofóbicos, intolerantes religiosos e afins.

Até o momento, foram alcançados 11 milhões de acessos em seu site, segundo a produção do seriado. Gravada em Salvador, Bahia, a série agora se prepara para encarar a terceira temporada, que estreia em 22 de agosto.

Desta vez, "Apenas Heróis" vai abordar temas polêmicos como a adoção de crianças por gays, preconceito contra travestis e pais que não aceitam a sexualidade dos filhos. Através do site oficial, internautas podem fazer doações financeiras para colaborar com a sobrevivência do projeto.


Fonte:
http://acapa.virgula.uol.com.br/cultura/serie-gay-apenas-herois-estreia-sua-terceira-temporada/3/4/14407
Por Redação em 08/08/2011 às 14h24